História do bairro, da lagoa e da APP

José Freitas*

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Em meados dos anos 60, esta região era considerada a bacia leiteira de Campinas. Algumas fazendas que a compunham: Sítio São Martinho (Banco Santander), Rancho Isa (ao lado da Telecamp), Fazenda Argentina, Fazenda Pau d’Alho, Fazenda Caio Ramos (em frente ao Alphaville), Fazenda Santa Teresinha (Alphaville).

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Por volta de 1976, instalou-se nesta região a firma de Telecomunicações Telebrás, conhecida hoje como CPqD. Ao fazerem a terraplanagem, saíam muitos metros cúbicos de terra. Conversaram com os fazendeiros e eles aceitaram receber a terra para aterrar onde precisavam. Acabaram fazendo um aterro de mais ou menos 10 metros de altura na Lagoa das Canas, para aumentar o reservatório de água.

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Por volta de 1979, Orestes Quércia fez um acordo com os proprietários e loteou este local com o nome de Jardim Myrian Moreira da Costa. Anos se passaram e este bairro não desenvolvia, pois não tinha nenhuma infraestrutura (água e energia elétrica). Algumas pessoas que para cá vieram usavam lamparinas e a água, iam buscar na mina próxima ao Quaresmeira. Tudo que precisavam para sobrevivência tinham que ir até o bairro Jardim Santana. Ônibus, tinham que pegar lá na rodovia e passava de hora em hora. As ruas do bairro foram sendo invadidas por matas onde só tinha umas trilhas para andarem e sempre se deparavam com cascavéis, que era a cobra dessa região. 

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Para estudarem, as crianças tinham que ir lá na Fazenda Pau d’Alho, pois era a única escola desta região, e tinham que ir e voltar a pé. Em meados em 93 e 94, fizeram uma escola de container, que foi alugado de uma empresa de Santos. Por volta de 1999, foi construída a escola de alvenaria, mas ainda era de 1ª a 4ª série, depois eles iam para o Taquaral.

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O único ponto turístico do bairro era a lagoa, onde as pessoas se encontravam para nadar, pescar, fazer piquenique e passar momentos com amigos e familiares. Várias pessoas morreram (afogadas) nesta lagoa. Era uma grande área verde, mas com poucas árvores, pois havia sido arrendada para uma usina plantar cana de açúcar por vários anos. 

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Em meados de 1997, o bairro já estava razoavelmente estruturado, com muitas casas e alguns comércios, escola e posto de combustível. Em 1997 chegou o primeiro condomínio fechado, Alphaville. Com este empreendimento, foi aumentando o desenvolvimento nesta região. Alguns condomínios foram obrigados a plantar mudas de árvores nesta APP para recompor o meio ambiente. Por outro lado, também, aumentou o descarte de lixo em lugares impróprios. Com a urbanização, consequências maiores ocorreram, por exemplo, queimadas, assoreamento da lagoa devido ao movimento do solo com grandes terraplanagens – e isto acontece até o dia de hoje, vazamento de esgoto que contaminou nascentes e contaminou e até matou nosso ponto turístico, a Lagoa das Canas.

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Com tantos problemas para o meio ambiente lutar sozinho, Deus foi levantando e capacitando pessoas para ajudar e a cuidar deste paraíso onde vivemos, e formou-se o Cuidadores da APP Jd Miriam, pessoas compromissadas com esta batalha. Pois é assim que eu vejo, pois todos os dias temos novidades, boas e também ruins para serem discutidas entre o coletivo, por exemplo, plantar mais mudas, aguar, limpar as mudas, recolher o lixo que as pessoas jogam, reunir o grupo e ter um momento com a natureza, fazer um bate-papo, etc.

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Este coletivo já foi até premiado com a medalha Chico Mendes pela Câmara de Vereadores de Campinas por seu empenho em cuidar e preservar a nossa APP.

Quero, de coração, agradecer primeiramente a Deus e depois a todos os envolvidos nesta causa. 

Venha você também fazer parte desta equipe.

Que Deus nos abençoe.

 

* José Freitas mora no Jardim Miriam desde 2006. Veio para cá com sua esposa Jacqueline e criou seus três filhos no bairro. Nascido e criado na região, trabalhou na Fazenda Pau D’Alho.

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